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Archive for the ‘Contos’ Category

Ika estava cercado e rendido, de joelhos no chão, Roll rindo de pé a sua frente, expressão de vitória. Naquele canto da arena o tempo parecia ter parado, mas ao redor a situação era totalmente diferente.

As pessoas estavam em pânico, gritavam e fugiam por todo o lado, depois que os primeiros expectadores foram mortos pelos homens encapuzados, notaram que havia muitos outros espalhados pela Arena. Eles eram a gangue de Muthar, um temido assassino que assombrava a região. Fugir era a melhor coisa a fazer.

 

– Parece que agora seus pulos não vão salvá-lo seu miserável, vai se arrepender de não ter me matado. – Disse Roll.

– Covarde! Então é assim? Não consegue me vencer e chama um monte de capangas? – Ika foi interrompido por um soco na cabeça.

– Tirem a mascara dele.

 

Sig ainda estava escondido nas arquibancadas, estava paralisado, medo, frustração e raiva. Não podia acreditar no que estavam fazendo com seu ídolo!

A noticia da confusão na Arena estava começando a se espalhar na cidade, em todos os cantos alguém alardeava que Muthar e seus homens estavam na Arena e já tinham dado cabo de umas seis pessoas. Os moradores estavam se trancando em casa, a rua não era segura. A milícia tinha sido acionada.

Abelik que estava na Cocheira do Senhor Ranariel ouviu a confusão lá fora e foi averiguar, quando soube o motivo da confusão, seu coração disparou, tinha quer ter certeza que Sig estava em casa com a mãe.

 

Ika era um elfo, não que fosse surpresa, Ai-non era um mundo onde os elfos eram a maioria, na verdade eles são a raça escolhida pela Deusa, o humanos são apenas penetras. Mas o que surpreendia em ika, agora que ele estava sem mascara, eram suas cicatrizes, ninguém imaginava que aquele guerreiro tão ágil e preciso pudesse ser tão marcado, ainda mais no rosto.

 

– Você é bem mais feio do que eu imaginei sabia? Acho que vou te dar mais umas cicatrizes antes de te matar.

– Você acha que me assusta? Seu maldito, para o seu bem é bom que faça o serviço direito, porque se eu escapar você está morto!

– Ah o grande Ika que nunca mata, está me ameaçando? Hahahahahahahahahaha vamos ver quem mata quem aqui.

 

A essa altura mais da metade das pessoas já tinha fugido da arena, e uns poucos retardatários ainda se acotovelam pra sair, mas Sig ainda estava lá no meio da confusão.

Abelik estava muito preocupado, Sig não estava em casa, isso significa que ele só podia estar em um lugar. – Aquele maldito idiota, eu disse que era perigoso, se ele estiver vivo juro que mato ele!

 

A milícia já se encaminha a toda para o centro da confusão, algumas pessoas ainda saiam do local. Roll estava prestes a dar o último golpe quando um destacamento de soldados invadiu a Arena com tudo, eles estavam sob liderança de um Cavaleiro da Rosa, afinal a gangue de Muthar era procurada a muito tempo. A situação ficou ainda mais complicada, a o lugar se transformou em uma campo de batalha, milícia contra assassinos.

Abelik já estava chegando a arena, ouviu o som da batalha e se apressou ainda mais, ao chegar na entrada diminuiu o passo e entrou furtivamente, apesar de estar desesperado os dois anos que passou no quartel de Valen o ensinaram a ser cuidadoso no meio de embates.

A cena que viu era digna de ser cantada por bardos. Soldados arremetiam contra bandidos e estes respondiam com um destemor angustiante. Os primeiros mortos começaram a aparecer de ambos os lados. Mas uma figura no meio daquele pandemônio se destacava, o Cavaleiro em campo lutava como um deus, combatia contra três adversários como se não fossem nada. Ika também, com a confusão ele conseguiu livrar-se do cerco e estava tirando a forra. Mas com tanta coisa acontecendo Abelik só queria ver uma coisa, uma pista sobre seu irmão. Foi então que ele viu, Sig encolhido embaixo da arquibancada, e mais, uma dupla de ferozes lutadores estava indo naquela direção! Abelik saiu correndo na direção do irmão.

 

– SIG ABAIXE-SE!

 

Sig ao ouvir a voz do irmão levantou a cabeça, a visão o deixou totalmente aliviado. Seu irmão veio lhe salvar! Ele saiu de onde estava e foi em direção a Abelik. Péssima decisão. Ali no meio do combate sem nenhum esconderijo ou proteção, ele foi derrubado, um dos assassinos avançou contra ele com uma sede de sangue demoníaca bem visível em seus olhos.

Abelik apertou mais o passo, mas estava muito distante, e ele tinha que desviar de uma espada ou outra no meio do caminho. Estava acabado, ele não conseguiria ajudar o irmão. Algo inesperado aconteceu, Ika surgiu da luta e tirou o bandido de ação, pegou Sig pela gola da camisa e saiu luxando ele em direção a Abelik.

 

– Tire-o daqui, eu dou cobertura a vocês. Rápido!

– Vamos Sig, me dê  mão!

 

Tudo parecia estar bem, até que Roll surgiu sabe-se lá de onde e penetrou fundo sua espada nas costas de Ika. Sig avançou como um louco pra cima dele.

 

– Desgraçado!

– Sig volte aqui seu idiota! – Abelik saiu atrás dele.

 

            O garoto se agarrou as pernas de Roll, esmurrando cada pedaço de carne que podia alcançar, mas era inútil, o elfo apenas deu-lhe um soco na cabeça e jogou-o longe. Ika estava morto. Roll foi avançando para Sig, um brilho assassino nos olhos. Abelik pegou uma espada no chão e foi pra cima, fazia tempo que ele não lutava, a espada pareceu pesada pra ele, mas não importava. Um golpe lateral, Roll bloqueou com sua espada, e deu um chute em seu peito. Voltou-se novamente para Sig. Abelik se lenvantou com dificuldade, o chute atingiu e suas costelas, e pela dor deve ter partido algumas. Mas ele avançou assim mesmo.

            Se um transeunte passasse no local, só poderia descrevê-lo como sendo o inferno, tal era o barulho de homens gritando e investindo uns contra os outros, já havia mais de 10 mortos e vários feridos, mas era evidente que os soldados estavam vencendo.

O Comandante Mavuh dos Cavaleiros da Rosa, estava desempenhando bem seu papel na luta, mas não contava com uma surpresa dos bandidos. Flechas, uma chuva delas, alguns dos membros da gangue conseguiram se posicionar no alto das arquibancadas e começaram a alvejar os soldados com flechas, deu-se início a retirada, aquela manobra era o sinal de que a gangue já tinha perdido muito naquela batalha, começaram a fugir enquanto os soldados era mantidos a distancia pelas flechas.

Roll foi atingido no braço, e assim que viu seus comparsas fugindo deu um empurrão em Abelik e foi com eles, como num passe de mágica tudo ficou silencioso.

 

– VÃO ATRÁS DELES HOMENS! – Era o comandante Mavuh. – RELATÓRIO DA SITUAÇÃO! VAMOS MEXAM-SE.

 

Parecia que tudo tinha acabado bem, Abelik se levantou com muito esforço, um corte fundo no braço esquerdo fazia companhia a suas costelas partidas, foi andando devagar até Sig, os soldados iam e viam, prendendo bandidos feridos e recolhendo corpos. Abelik ficou paralisado com o que viu, uma flecha tinha atingido Sig no peito!

 

– NÃO! NÃO! NÃO PODE SER DROGA! – ele se abaixou ao lado do pequeno corpo de seu irmão, ele estava morto, a flecha perfurou seu coração, não havia mais o que fazer. Abelik Chorava, abraçado a Sig.

 

Mavuh viu a cena e se aproximou para ver do que se tratava, colocou a mão no ombro de Abelik e disse.

 

– Vamos meu rapaz, não adianta mais você ficar aqui, vamos embora, juro pela minha honra que acharei os vermes que fizeram isso, mas você terá que responder algumas perguntas.

 
(…) 

Já havia passado uma semana do acontecido, a arena foi fechada, e Abelik teve que responder várias perguntas até os oficiais se convencerem que ele não era nenhum bandoleiro. Ranariel adiou sua viagem a capital para dar apoio a família de do rapaz, sua mãe tinha piorado com a noticia de morte do filho, e ele, Abelik, estava profundamente deprimido. Só havia uma coisa na cabeça dele, Vingança.

            Um tempo depois, sua mãe morreu, e ele ficou só. Tomou uma decisão.

            Pediu emprestando uma certa quantia em dinheiro a Ranariel e sumiu. Ninguém mais o viu. E dois anos depois disso, um certo caçador de criminosos chamado Whiteclow começou a fica conhecido.

 

Fim.

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O Nascimento de Whiteclow parte 2

            Sig estava irritado, como seu irmão podia ser tão severo? É verdade que ele tinha desobedecido suas ordens e ido a Arena, mas obrigá-lo a limpar sozinho todo o estábulo do Sr. Ranariel, já era demais!

            Desde aquela noite Abelik não tirava os olhos de Sig, especialmente hoje no dia de seu castigo. Ele não iria fugir!

            Ranariel Herwen, era dono de cavalos de aluguel, seu negocio estava começando a crescer, além de Valen, tinha estábulos, em Ventura e mais duas outras pequenas cidades satélites, estava prestes a mudar-se para a capital, afim de melhor administrar o negocio, e Abelik que era seu melhor empregado seria gerente quando partisse. Por isso atendeu o pedido de Abelik, de deixar que seu irmão menor, que aparecia às vezes para ajudar, limpasse sozinho todo o estábulo como castigo.

 

(…)

 

Era noite e Sig estava, cansado, fedendo e faminto. Nunca tinha trabalhado tanto, limpar a sujeira de 20 cavalos, lavar o chão, repor o feno, dar água e comida e ainda escovar os animais, tudo isso sozinho. Abelik parecia satisfeito. Mas Sig não.

Desde que recebeu a notícia de que seria gerente, Abelik passou a fazer hora extra, aprendendo a administrar financeiramente o estábulo. Por isso saia depois do jantar e só voltava tarde. Sig só esperou ele sair, e foi novamente a Arena, estava irritado com o irmão, ele não precisava ser tão duro! E agora só de pirraça iria ver a luta! Precisava ver, era á única coisa que iria relaxá-lo, não importava que estivesse com o corpo dolorido. E logo hoje! Ika lutaria novamente com Roll! Passada uma semana da luta anterior, ele queria uma revanche!

 

(…)

 

            A arena estava lotada, mas não dava para distinguir ninguém, todos usavam mascaras, não apenas os lutadores. Não era uma exigência do lugar, era apenas uma precaução, afinal, a Arena era ilegal, um antro, ser reconhecido aqui poderia ser desastroso, e é fato que muitos ditos homens bons da cidade assistiam regularmente as lutas, sem falar nos fugitivos que se escondiam ou mesmo lutavam no lugar afim de ganhar uns trocados.

            Estava desconfortável, além do lugar estar muito cheio, Sig tinha que ficar escondido, mas ele encontrou um bom lugar embaixo das arquibancadas.

            A luta estava começando.

            Ika, como sempre, estudava com calma seu adversário, Katares em mãos. Roll, parecia ainda mais agressivo que da outra vez, mas desta não usava um mangual, e sim uma espada longa. Sig estava nervoso, Roll, não era misericordioso como Ika, se tivesse chance encheria o estomago do adversário com aço frio e cortante. Ele fez o primeiro movimento, um golpe descendente, Ika desviou com um golpe da mão esquerda, e rapidamente deu uma cotovelada no rosto no oponente, que ficou ainda mais agressivo, partiu pra um ataque frenético, segurando a espada com as duas mãos deferiu uma serie de golpes. Ika recuou, deu um giro com o calcanhar e se posicionou por trás de Roll, foi tão rápido que ninguém viu, desferiu dói golpes simultâneos, uma com cada mão, ia acabar logo com isso, mirou a cabeça, quando acordasse Roll teria uma dor daquelas.

            Mas, algo inesperado aconteceu, de vários cantos do ringue surgiram homens que arremeteram diretamente contra Ika, Claro todos mascarados. O mais rápido surgiu da direita, deferindo um chute na altura do peito, Ika com um movimento rápido, desviou o golpe que tinha como destino Roll, e aparou o chute do novo oponente. Outro veio por trás, e mais dois vinham chegando, Ika deu um giro, e um salto, desviou de mais um golpe lateral, derrubou um dos homens, mas foi imediatamente cercado pela esquerda. Investiu contra o mais próximo, um soco certeiro no estomago, e se preparou ara fugir pela brecha, ai sentiu uma bancada na lateral do tronco, virou rapidamente, já sem ar, era Roll, tinha o atingido com o cabo da espada. Agora estava cercado.

            A platéia estava indignada, seu campeão sendo encurralado dessa forma. Começaram as vaias, Sig entre eles, estava furioso! Alguns expectadores mais ousados invadiram o ringue. Foram imediatamente mortos pelos misteriosos invasores. Até então todos achavam que aquilo fazia parte do show. Agora, pânico.

 

Continua.

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